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Manchester United Encaminha Final da Liga Europa com Vitória Convincente por 3-0 sobre o Athletic Club em San Mamés



Manchester United Encaminha Final da Liga Europa com Vitória Convincente por 3-0 sobre o Athletic Club em San Mamés

O Manchester United deu um passo de gigante rumo à final da Liga Europa, que será disputada precisamente em Bilbau, ao vencer categoricamente o Athletic Club por 3-0 na primeira mão da meia-final, esta quinta-feira, 1 de maio de 2025, no fervoroso Estádio de San Mamés. Numa primeira parte demolidora, que transformou o ambiente elétrico do estádio basco em silêncio apreensivo, Casemiro abriu o marcador por volta dos 30 minutos, antes de o capitão Bruno Fernandes bisar – primeiro de penálti, na sequência de uma expulsão crucial de Dani Vivian, e depois num lance de classe individual perto do intervalo – selando uma vantagem que se revelou intransponível para a equipa da casa. A expulsão de Vivian aos 35 minutos foi, sem dúvida, um ponto de viragem decisivo, deixando os anfitriões reduzidos a dez jogadores e com uma montanha quase impossível para escalar. Este resultado expressivo não só coloca a equipa de Ruben Amorim numa posição extremamente confortável para a segunda mão em Old Trafford, como também representa um tónico vital numa temporada doméstica marcada por dificuldades, mantendo bem viva a esperança de conquistar um troféu europeu e a consequente, e muito cobiçada, qualificação para a Liga dos Campeões.  

Primeira Parte: United Resiste à Pressão Inicial e Capitaliza Erros Adversários

Contexto Inicial e Pressão Basca

O San Mamés, fiel à sua reputação de fortaleza, especialmente em noites europeias onde o Athletic Club se mantinha invicto esta temporada , apresentou-se em ebulição. O feriado de 1 de maio contribuiu para uma atmosfera ainda mais intensa, com as ruas de Bilbau pintadas de vermelho e branco desde as primeiras horas do dia. Impulsionado por este apoio fervoroso, o Athletic Club entrou em campo com a agressividade e intensidade que o treinador do United, Ruben Amorim, havia antecipado. Nos primeiros 20 a 25 minutos, a equipa basca pressionou alto, dificultou a saída de bola do Manchester United e criou uma sensação de domínio territorial. Os Red Devils, por sua vez, pareceram sentir a pressão do ambiente, mostrando algum nervosismo e cometendo erros na posse de bola, com Ugarte e Lindelof a evidenciarem dificuldades iniciais que poderiam ter tido consequências graves.  

Resiliência e Defesa do United

Contudo, apesar do sufoco inicial, a equipa do Manchester United demonstrou uma notável capacidade de resistência. A defesa, bem comandada pelo guarda-redes Andre Onana, conseguiu suster o ímpeto basco. Uma intervenção crucial de Onana a remate perigoso de Alex Berenguer e um bloqueio determinante de Victor Lindelof em cima da linha de golo, negando o que parecia ser um golo certo ao mesmo Berenguer , foram momentos chave que mantiveram o nulo no marcador. Esta capacidade de sofrer e não quebrar, especialmente contrastante com a irregularidade exibida na Premier League, onde a equipa ocupa um modesto 14º lugar e acumula várias derrotas , sugere uma mentalidade competitiva mais apurada para as noites europeias. A resiliência demonstrada em não sofrer golos durante o período de maior pressão do Athletic foi fundamental, permitindo que o United se reorganizasse e esperasse pela sua oportunidade.  

Golo Inaugural (Casemiro, ~30')

E a oportunidade surgiu de onde menos se esperava, contra a corrente do jogo. Harry Maguire, o defesa central inglês, protagonizou uma incursão surpreendente pelo flanco direito. Com uma habilidade técnica inesperada para a sua posição, driblou Yuri Berchiche e avançou até à linha de fundo, de onde cruzou com precisão para a área. Ao primeiro poste, Manuel Ugarte desviou subtilmente de cabeça, e Casemiro, oportuno ao segundo poste, só teve de encostar, também de cabeça, para o fundo das redes, gelando o San Mamés. A jogada "extraordinária" de Maguire não só desbloqueou o marcador, mas também injetou uma dose maciça de confiança na equipa visitante, mostrando que a solução podia surgir de fontes inesperadas.  

Ponto de Viragem: Expulsão e Penálti (Vivian Red Card, Fernandes Goal, ~37')

O golo sofrido pareceu abalar a estrutura do Athletic, que poucos minutos depois cometeu um erro fatal. Rasmus Hojlund, isolado na área, foi claramente puxado por Dani Vivian quando se preparava para rematar. O árbitro norueguês Espen Eskas, inicialmente hesitante, foi alertado pelo VAR e, após rever as imagens no monitor, não teve dúvidas: assinalou grande penalidade e exibiu o cartão vermelho direto a Vivian, por impedir uma oportunidade clara de golo sem intenção de jogar a bola. Esta sequência de eventos – golo sofrido, penálti contra e expulsão – em apenas sete minutos representou um verdadeiro colapso para a equipa da casa. Bruno Fernandes, capitão do United, assumiu a marcação do castigo máximo e, com a sua frieza característica, enganou Julen Agirrezabala, fazendo o 2-0. O Athletic via-se, assim, com uma desvantagem de dois golos e reduzido a dez elementos, um cenário desolador.  

Terceiro Golo (Fernandes, ~45')

Nem as substituições defensivas operadas por Ernesto Valverde (entraram Gorosabel e Paredes ) conseguiram estancar a eficácia do Manchester United na primeira parte. Perto do intervalo, numa jogada de ataque bem delineada, com Hojlund novamente em destaque na construção , Manuel Ugarte brilhou com um toque de calcanhar "inteligente" e "delicioso" , isolando Bruno Fernandes. O médio português, perante Agirrezabala, não vacilou e finalizou com classe para o 3-0, bisando na partida e coroando uma primeira parte de sonho para os Red Devils.  

Quase o Quarto

Ainda houve tempo para mais um susto para os bascos, quando um remate de Noussair Mazraoui embateu com estrondo na barra da baliza do Athletic, momentos antes do apito para o descanso. O 3-0 ao intervalo era um reflexo claro do domínio e da eficácia do United nos últimos 15 minutos da primeira parte.  

Segunda Parte: Gestão Profissional e Oportunidades Desperdiçadas

Controlo do Jogo

Com uma vantagem confortável no marcador e um jogador a mais em campo, o Manchester United abordou a segunda parte com pragmatismo e profissionalismo. A equipa de Ruben Amorim focou-se em controlar a posse de bola, que atingiu uns expressivos 72.7% no final do jogo , gerindo o ritmo e anulando as tentativas de reação de um Athletic Club claramente diminuído física e animicamente.  

Resposta Tímida do Athletic

A equipa da casa, apesar do apoio incessante dos seus adeptos, mostrou-se incapaz de criar perigo real junto da baliza de Onana. A inferioridade numérica e o peso do resultado da primeira parte limitaram a sua capacidade ofensiva. A frustração era palpável, como no lance em que Sancet reclamou uma falta de Maguire sem sucesso. O próprio treinador, Ernesto Valverde, admitiu que a expulsão condicionou decisivamente a sua equipa.  

Chances de Ampliar

Apesar do controlo e de uma aparente gestão do esforço – talvez jogando de forma "demasiado segura", como admitiu Amorim – o United dispôs de várias ocasiões para transformar a vitória em goleada. Casemiro esteve muito perto de bisar, mas o seu cabeceamento, na sequência de um canto, embateu no poste. Bruno Fernandes viu um remate de longe ser defendido por Agirrezabala , e tanto Alejandro Garnacho como Rasmus Hojlund também obrigaram o guardião basco a intervir. Perto do final, Fernandes, em boa posição, rematou por cima. Esta falta de eficácia na finalização na segunda parte, contrastando com a primeira, impediu um resultado ainda mais dilatado, deixando, teoricamente, uma porta aberta – ainda que muito pequena – para a segunda mão.  

Substituições e Regresso de Amad

Ruben Amorim aproveitou a gestão tranquila do jogo para rodar alguns jogadores, lançando Mason Mount, Matthijs de Ligt, Kobbie Mainoo e Amad Diallo. O regresso de Amad Diallo, que não jogava desde o início de fevereiro devido a lesão, foi uma das notas mais positivas da segunda parte para o United, rendendo Garnacho nos minutos finai

 Esta vitória por 3-0 em San Mamés deixa o Manchester United numa posição extremamente favorável para atingir a final da Liga Europa. A segunda mão, em Old Trafford, na próxima quinta-feira, 8 de maio, parece ser uma formalidade, embora a cautela seja aconselhada.   

Como referiu o capitão Bruno Fernandes após o jogo: "Nunca se pode prever um resultado como este... É um ótimo começo, três golos e baliza a zeros, toda a pressão está sobre nós porque todos esperam que passemos à final". O treinador Ruben Amorim ecoou esta prudência: "A eliminatória não está fechada... Eles (Athletic) podem fazer o mesmo em Old Trafford porque são muito fortes, muito intensos". Do lado basco, apesar do desalento, o avançado Inaki Williams ainda expressou uma réstia de esperança numa reviravolta, embora reconhecendo a má exibição da sua equipa.   

A possibilidade de disputar a final, agendada para 21 de maio, no mesmo Estádio de San Mamés onde alcançaram este triunfo , adiciona um sabor especial a esta campanha europeia. Mais importante ainda, a Liga Europa representa a tábua de salvação para a temporada do Manchester United. Face a um desempenho decepcionante na Premier League , a conquista deste troféu é a via mais realista para garantir um lugar na lucrativa Liga dos Campeões da próxima época, para além de adicionar um título europeu ao palmarés do clube.   

O Manchester United controlou o seu destino nesta eliminatória com uma exibição eficaz e profissional em Bilbau. Resta agora confirmar o favoritismo em Old Trafford e carimbar o passaporte de regresso ao País Basco para a grande final. 

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